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Consciência Negra: dicas culturais

Nesta Semana da Consciência Negra, abordamos o tema também pelo aspecto cultural, para mostrar um pouco como o racismo é representado em filmes, séries, na música, além de mostrar algumas personalidades que influenciaram ou influenciam o debate sobre o racismo até hoje. Assim, nossa equipe listou e apresenta abaixo dicas que podem ser conferidas nesta semana que desperta reflexões tão importantes.

Filmes

A vida Secreta das Abelhas

A história se passa em 1960 no sul dos Estados Unidos, época marcada pelos primeiros passos dos movimentos antirracistas. Lily Owens é uma adolescente branca assombrada pela morte de sua mãe, que faleceu quando ela tinha apenas 4 anos de idade. Maltratada pelo pai, ela decide fugir com sua amiga negra Rosaleen. Logo são acolhidas por três irmãs que rezam para a Madona Negra – uma estátua de Nossa Senhora – e que juntas demonstram a força do amor e o poder feminino, sobrepondo-se a questões raciais.

Histórias Cruzadas

O filme fala sobre a saga de mulheres negras que sofrem preconceito em uma comunidade do sul dos Estados Unidos. Conseguem lutar contra a discriminação expondo suas histórias em um livro que escandaliza uma sociedade cristã e conservadora, mas que é capaz das mais bizarras formas de segregação racial.

Um limite entre nós

O filme se passa na década de 50 e mostra o relacionamento de uma família afro-americana que vive em um bairro proletário. A história acompanha o lixeiro Troy Maxson, que luta contra o preconceito que existe em relação à sua cor. Ao longo do filme, ele questiona o fato de pessoas negras sempre serem preteridas em relação aos brancos em ofertas de empregos, mesmo com habilidades semelhantes.

Doze anos de escravidão

A trama se passa em 1841 e conta a história de Solomon Northup, filho de escravos que nasceu livre no estado de Nova York, em 1808, ano da abolição do tráfico de escravos para os Estados Unidos. Northup vivia em paz com sua esposa e três filhos até o momento em que dois homens o convidam para fazer apresentações com seu violino em Nova York. Dias após chegar de viagem, ele foi drogado, sequestrado, acorrentado e vendido como escravo por 12 anos. O filme é um marco sobre a representação da escravidão no cinema mundial.

Nunca Visto

A história se passa em uma pequena cidade montanhosa com um grande problema: uma população de 16 pessoas, todas com idade, sem filhos nem crianças. Se a população diminuir para 15 ou menos no censo da região, a cidade desaparecerá. Uma das moradoras encontra uma solução para o problema: naturalizar quatro africanos ilegais que haviam sido enganados para trabalhar como dançarinos em um bordel.

Séries:

Cara Gente Branca

Ambientada nos EUA , a série narra a história de Sam White e outros jovens negros que estudam em uma universidade predominantemente branca. Certo dia, os alunos brancos decidem dar uma festa temática sobre negros. Então, quatro alunos negros começam uma manifestação. A série aborda de forma descontraída e inteligente o racismo, o pensamento do politicamente correto e a diversidade racial.

Irmandade

Irmandade é uma nova série da Netflix ambientada nos anos 90 que retrata a vida de uma advogada que enfrenta um dilema moral após policiais forçarem-na a delatar seu próprio irmão, preso por liderar uma perigosa facção criminosa em ascensão. Ao entrar em contato com o seu lado mais sombrio, ela começa a questionar suas próprias noções sobre o que é a Justiça.

Músicas:

Olhos Coloridos – Sandra de Sá

Considerada um símbolo do orgulho negro no Brasil, a música ficou conhecida na voz de Sandra de Sá. O autor da música, Macau, compôs quando foi preso injustamente pela polícia militar enquanto participava de uma exposição em escolas públicas. As ofensas dadas a ele se estendiam desde a roupa que vestia até seus cabelos. Segundo ele, a música é um grande desabafo contra a discriminação que sofreu. E virou hino.

Sarara Miolo – Gilberto Gil

A música Sarara Miolo tem como o tema principal o preconceito. Sarará significa cabelo loiro ou arruivado, onde o mulato da música quer ter cabelo liso e rejeita sua própria origem. A música de Gil é uma chamada ao orgulho negro.

Respeitem meus cabelos, brancos – Chico Cesar

A música faz uma brincadeira com a sonoridade da frase inicial. À primeira audição, a impressão é que o cantor está falando de sua idade, mas não. Com o desenrolar da canção, fica nítida sua cobrança por respeito. Aqui o cabelo representa a voz, a luta, o comportamento, a cultura negra em suas mais diversas manifestações, dentre elas a dança e, claro, a música.

Personalidades:

Djamila Ribeiro – Quem tem medo do Feminismo Negro?

Djamila Ribeiro é feminista e mestre em filosofia política. Escreveu o livro “Quem tem medo do Feminismo Negro”, que aborda um longo ensaio autobiográfico e uma seleção de seus artigos publicados no decorrer dos anos. O livro desmascara questões relativas às formas em que o racismo pode se expressar, principalmente no que diz respeito às mulheres negras. A obra aborda desde as origens do feminismo nos Estados Unidos e no Brasil até o ativismo nas redes sociais.

Joanes Manoel

Joanes Manoel é professor de história, graduado em História Licenciatura pela Universidade Federal de Pernambuco. Aborda diversas questões sociais, entre elas o racismo, em seu canal no YouTube. Possui um grande interesse em teoria política e do Estado, teoria marxista da dependência, história do colonialismo e história política do Brasil. Joanes também faz pesquisas sobre instituições coercitivas e dominação social na contemporaneidade.

Angela Davis

A norte americana Angela Davis é feminista, filósofa, ativista e, principalmente, uma grande lutadora por direitos civis. Nos anos 70 ficou mundialmente conhecida por conta da mobilização da campanha “Libertem Angela Davis”, após uma prisão marcada notadamente pela perseguição devido a seu ativismo. Angela foi e é referência até os dias atuais por nunca ter deixado de lutar contra a desigualdade de gêneros, o sexismo, a homofobia, a pena de morte e a discriminação racial.

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