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Janeiro Branco, saúde mental e psicanálise

Já ouviu falar sobre a campanha Janeiro Branco? Não?

A Campanha foi criada no Brasil em 2014 com o intuito de valorizar o bem-estar psíquico de cada sujeito e chamar atenção para o autocuidado e a promoção de saúde do indivíduo.

E por que janeiro? Janeiro é por si só um mês para reflexões, por ser o mês da virada do ano, é quando existe um movimento espontâneo de avaliação da vida que se tem, a que se quer e a que é possível de se ter.

De acordo com a OMS as taxas de depressão e suicídio e outras doenças comórbidas a doenças psíquicas têm aumentado ano após ano. Janeiro branco entra como uma forma preventiva de chamar atenção da sociedade, do poder público, dos profissionais de saúde. A campanha mostra que todos temos direito a ter acesso a informações sobre prevenção.

A OMS ressalta também que saúde não é apenas a ausência de doenças.

Visa-se com a campanha criar uma cultura de promoção à saúde mental. Mas onde ela se encaixa na psicanálise? A psicanálise trabalha com o sintoma do paciente, com as relações que ele estabelece com o analista e com o seu entorno.

Vemos no dia a dia do consultório a difícil tomada de decisão para procurar uma análise. Ela tem por consequência implicar o sujeito no seu processo de descoberta, fazendo assumir a posição de autor da sua própria história. Todos aguentam? Não. Saber que você é minimamente responsável pelo caminho que percorreu pode ser um baque. Mas quando se implica em se descobrir, abre-se caminho para aonde não se via caminho algum e, assim, há possibilidade de mudança.

Por que dizemos sempre possibilidade? Porque o sujeito pode não querer e já é uma escolha que ele faz conscientemente. O inconsciente tem manobras que muitas vezes nos amarram. O que pode ser interpretado como saúde mental para uns, pode não ser para outros.

O que postulamos aqui é, para se viver e se ter um aparelho mental minimamente saudável, precisamos tomar decisões. Ela nos move. Às vezes mais devagar, às vezes mais rapidinho. Vai muito da transferência estabelecida com o analista e o mundo interno do paciente.

Muitas vezes as doenças psíquicas estão relacionadas à forma como encaramos o mundo, a genética, as situações psicossociais; com isso, há realmente um enfraquecimento e empobrecimento dos recursos para encarar a vida.

E ai, vai esperar o que para procurar a sua analise?

Caroline Sorgi

Psicanalista

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